Bancos da Venezuela bloqueiam mais de 75 contas relacionadas a criptomoedas

As contas de consumidores com conexões para negociação de criptomoedas, particularmente aquelas conectadas à atividade de transações ponto a ponto (P2P), chamaram a atenção dos bancos venezuelanos.

Os bancos privados venezuelanos congelaram mais de 75 contas para permitir transações cripto-para-fiat e fiat-para-cripto desde o final de 2021, afirma Legalrocks, um escritório de advocacia focado em cripto e blockchain na Venezuela.

Os bancos na Venezuela estão prestando mais atenção às contas que frequentemente envolvem bitcoin transações. Mais de 75 casos de fundos que foram interrompidos ou estão sob investigação foram registrados desde o final de 2021, de acordo com a postagem no blog do Legalrocks, um escritório de advocacia venezuelano especializado em criptomoedas e blockchain.

Ana Ojeda: O encerramento destas contas é injustificável

De acordo com Ana Ojeda, CEO da Legalrocks, o fechamento dessas contas para coletar dinheiro fiduciário em troca de criptomoedas não pode ser justificado. No entanto, ela acrescenta que se houver indícios convincentes de que o dinheiro gasto nessas transações está ligado a atividades ilegais ou criminosas, isso muda a situação.

Da mesma forma, Ojeda acrescenta que as autoridades financeiras podem considerar suspeitas as transações feitas por meio de trocas de criptomoedas que não são aprovadas pela Sunacrip (a superintendência nacional de ativos de criptomoeda).

Ojeda observa que, devido à crise econômica e à forte desvalorização da moeda fiduciária do país (o bolívar venezuelano) este ano, stablecoin transações por meio de mercados P2P são comuns. Isso implica que as stablecoins são usadas como reserva de valor por indivíduos, que as compram enquanto recebem moeda fiduciária como pagamento e depois as trocam por mais moeda fiduciária para fazer compras e pagar por serviços.

A Venezuela está no topo das paradas de criptomoedas

A Venezuela ocupa o terceiro lugar entre as nações que adotaram criptomoedas, de acordo com um relatório da ONU divulgado em julho.

“Como a nação latino-americana que mais usa criptomoedas para se defender da inflação e do declínio da capacidade de poupança, a Venezuela domina a região há alguns anos.”

Ana Ojeda, CEO da Legalrocks

Na Venezuela, os mercados P2P baseados em stablecoin cresceram tão difundidos e apreciados que alguns observadores acham que eles poderiam impactar significativamente as flutuações da taxa de câmbio dólar-bolivar.

Asdrubal Oliveros, um economista, sugeriu que o FTX colapso, o medo de armazenar ativos em bolsas de custódia, a interação dos mercados de cripto com a economia maior e a queda de 40% do bolívar em relação ao dólar americano em novembro como causas potenciais para o aumento no uso de cripto e stablecoin.


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Fonte: https://crypto.news/venezuela-banks-block-more-than-75-crypto-related-accounts/