A exibição de Alvaro Morata contra Verona provou que ele é melhor como Robin do que como Batman

Todos os olhos estavam voltados para a nova contratação, Dusan Vlahovic, quando a Juventus recebeu o Hellas Verona em uma noite nebulosa de domingo no Allianz Stadium.

O atacante sérvio foi estreado desde o início por Max Allegri, com sua equipe precisando urgentemente de gols. Além disso, dado que a Juve havia entregado cerca de 80 milhões de euros (US$ 90 milhões) para Vlahovic para tirá-lo da Fiorentina no meio da temporada, havia poucas chances de ele sair do banco.

Vlahovic foi acompanhado no onze inicial pelo companheiro de janeiro Denis Zakaria. E a presença da dupla parecia dar à Juve um nível de flutuabilidade que esteve ausente em seu jogo durante toda a temporada.

Vlahovic, naturalmente, não demorou muito para marcar seu primeiro gol com as cores Bianconero. 13 minutos foram suficientes para que o novo camisa 7 corresse para o passe alto de Paulo Dybala e chutasse por cima do goleiro do Verona, Lorenzo Montipo, e para a rede.

Zakaria também conseguiu seu nome na súmula no segundo tempo e no processo se tornando o primeiro casal de estreantes a marcar pelo The Old Lady desde Stephan Lichtsteiner e Arturo Vidal em setembro de 2011.

Mas o jogador-chave na preparação para o gol de Zakaria foi Álvaro Morata, o jogador que, se as coisas tivessem sido diferentes, não estaria no clube, muito menos em campo.

Morata estava ligado a uma mudança para o Barcelona durante a janela de janeiro. Segundo todos os relatos, a Juve estava pronta para deixá-lo sair assim que Vlahovic estivesse garantido, e o próprio jogador queria voltar para casa. Mas o Barça não conseguiu chegar a um acordo com seu clube-mãe, o Atlético de Madrid, e por isso ficou em Turim.

E ainda contra o Verona, Morata produziu seu desempenho de destaque da temporada. Além disso, foi um de seus melhores jogos desde seu retorno à Juve no verão de 2020.

Ele estava em todos os lugares, e mostrando a garra e determinação que por longos períodos estava faltando em seu jogo. O gol de Zakaria deve tudo a Morata que, mais de uma vez no jogo, pegou a bola, a protegeu, girou e atirou pelo campo.

Zakaria estava em oceanos de espaço depois que Morata fez o enxerto duro, e tudo o que restava para o meio-campista suíço fazer era escolher seu lugar.

La Gazzetta dello Sport deu a Morata um 7.5/10 no dia seguinte, observando que o espanhol demonstrou que "prefere ser Robin, ao Batman de Vlahovic". Talvez não seja surpresa que seu melhor desempenho nesta temporada tenha ocorrido após a chegada de Vlahovic, com a pressão de liderar a linha de frente para o maior clube da Itália agora transferida para a estrutura de XNUMXm do sérvio.

E a pressão é algo que afetou Morata no passado. Em uma entrevista com Sid Lowe do The Guardian em 2017, Morata lembrou que Gianluigi Buffon falou com ele depois que Morata passou mais de 100 dias sem marcar um gol pela Juve na segunda temporada de sua primeira passagem pelo clube:

“Eu tinha acabado de treinar um dia. Tinha sido uma sessão terrível, terrível – uma das piores da minha vida. Eu não conseguia nem controlar a bola”, disse Morata. “O fisioterapeuta perguntou o que havia de errado e eu disse a ele que estava triste. Eu estava chorando. Eu estava lá na mesa de tratamento e Gigi Buffon estava ao meu lado. Depois ele me chamou de lado, sozinha, e disse que se eu quisesse chorar, chorasse em casa. Ele disse que as pessoas que me desejavam mal ficariam felizes em ver isso e as pessoas que me desejavam bem ficariam tristes com isso.”

Buffon, ele próprio acostumado a lutar com problemas de saúde mental, acreditava que Morata poderia ser um dos melhores do mundo 'se ele pudesse superar seus problemas mentais'. Mas nunca deu certo para ele, sempre houve a sensação de que ele nunca pertenceu a um clube: um empréstimo aqui, um retorno ali, sempre em movimento.

Desde que ingressou na Juve pela primeira vez no verão de 2014, ele nunca ficou em um clube por mais de duas temporadas.

Em campo, seu melhor trabalho veio quando emparelhado com outro atacante para carregar o fardo. Seja Carlos Tevez e Mario Mandzukic na Juve, Cristiano Ronaldo no Real Madrid (e depois na Juve), ou João Félix e Diego Costa no Atleti.

Ele sempre foi Robin e nunca Batman. E suspeita-se que era assim que ele gostava.

A saída abrupta de Ronaldo da Juve no final da janela de transferências de verão o promoveu a principal atacante do clube por padrão, com o clube tendo pelo menos três dias para encontrar um substituto.

Morata inadvertidamente se tornou o Batman, querendo ou não o papel.

Os resultados não foram bons: ele passou nove jogos na Serie A sem marcar e, até o momento, marcou apenas cinco vezes na liga, com mais três em competições de copas. A Juve lutou para marcar gols na primeira metade da temporada e, mesmo agora, apenas o Torino marcou menos de times na metade superior da tabela.

Mas com a contratação de Vlahovic e a responsabilidade – para não mencionar a atenção – agora firmemente em seus ombros, poderíamos ver um Morata diferente nos meses finais da temporada. Uma versão menos sobrecarregada, mais liberada. Em essência, Morata voltando ao seu papel preferido: melhor ator coadjuvante.

Fonte: https://www.forbes.com/sites/emmetgates/2022/02/09/alvaro-moratas-display-against-verona-proved-hes-better-as-robin-than-batman/