Bilionário Pallonji Mistry, pioneiro da construção indiana, morre aos 93 anos

O industrial bilionário nascido na Índia Pallonji Mistry, que morreu na terça-feira aos 93 anos, liderou o grupo Shapoorji Pallonji, de 156 anos, que construiu marcos como o edifício do Reserve Bank of India em Mumbai e o palácio do sultão de Omã.

Mistry presidiu o Grupo SP, com interesses que vão da construção e imobiliário à energia, até 2012, quando passou o cargo para o filho mais velho Shapoor Mistry. O grupo emprega mais de 70,000 pessoas.

Mistry, que pertencia à comunidade Parsi, tirou a maior parte de sua fortuna de US$ 15 bilhões por ser o maior acionista com uma participação de 18.4% na Tata Sons, a holding do grupo Tata. O amplo conglomerado, com 30 empresas, teve receita de US$ 128 bilhões no ano encerrado em março de 2022.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que Mistry “fez contribuições monumentais para o mundo do comércio e da indústria”.

Smirti Irani, ministro da Mulher e Desenvolvimento Infantil da Índia, twittou que era o “fim de uma era”. Ela acrescentou que “uma das maiores alegrias da vida foi ter testemunhado sua genialidade, sua gentileza no trabalho”.

O Grupo SP disse que Mistry “incorporou as virtudes zoroastrianas de ética, integridade, jogo limpo em todas as relações e ser solidário e generoso com os setores da sociedade menos afortunados e que precisam de qualquer tipo de ajuda”.

Mistry começou sua carreira empresarial de 65 anos quando ingressou no negócio de construção de sua família em 1947, aos 18 anos. No final da década de 1960, Mistry expandiu-se para o exterior quando ganhou o contrato para construir o palácio do sultão Qaboos bin Said al Said em Muscat. Em 1975, quando o palácio foi apresentado ao mundo, “tornou-se a porta de entrada de confiança e oportunidade para outras empresas indianas ousarem se aventurar no exterior”, disse o Grupo SP.

Em 1975, Mistry assumiu o comando da empresa após a morte de seu pai e continuou a expansão no exterior. Mistry entrou na África e é creditado com vários projetos icônicos lá, incluindo o escritório do presidente em Gana e o Ebene IT Park nas Ilhas Maurício.

O bilionário das vacinas Cyrus Poonawalla, amigo da família Mistry e colega Parsi, disse que Mistry “tinha uma ilustre carreira empresarial marcada por um espírito pioneiro. Ele construiu o legado de sua família para estabelecer a presença do grupo no exterior. Apesar de suas conquistas, ele permaneceu uma pessoa discreta.”

Os anos de crepúsculo de Mistry foram marcados por brigas com a lenda dos negócios Ratan Tata, que escolheu o filho mais novo de Mistry, Cyrus, para sucedê-lo como presidente da Tata Sons em 2011. Até a nomeação de seu filho, Mistry manteve um perfil discreto como um investidor amigável no grupo. Ele passou a ser conhecido como “O Fantasma da Casa de Bombaim”, uma referência à sede do Grupo Tata no sul de Mumbai.

A química entre Tata e Cyrus Mistry não funcionou, e Cyrus foi demitido em 2016. Este foi o início de uma batalha legal entre os Tatas e a família Mistry. Em março de 2021, a Suprema Corte decidiu que a demissão era justa e anulou uma ordem do Tribunal de Apelação de Direito das Sociedades Nacional de 2019 para restabelecer Cyrus Mistry como presidente executivo.

A pandemia se mostrou um desafio para o grupo SP, que estava sobrecarregado de empréstimos e buscava reestruturar sua dívida. Isso forçou o grupo a vender participações em alguns ativos principais, como a empresa de bens de consumo duráveis ​​Eureka Forbes e a empresa de energia renovável Sterling Wilson Renewable Energy. Emergiu da reestruturação em abril de 2022, depois de pagar 120,000 milhões de rúpias (US$ 1.6 bilhão) como um acordo único a 22 credores.

Em 2016, o governo indiano concedeu a Mistry o prêmio Padma Bhushan por sua contribuição à indústria indiana. Ele deixa sua esposa Patsy, seus dois filhos e filhas Laila e Aloo, que é casado com Noel Tata, meio-irmão de Ratan Tata. Mistry desistiu de sua cidadania indiana em 2003 para se tornar um cidadão irlandês e foi listado nesse país em Lista de bilionários do mundo da Forbes.

Fonte: https://www.forbes.com/sites/anuraghunathan/2022/06/29/billionaire-pallonji-mistry-indian-construction-pioneer-dies-at-93/