CEO da Broadcom defende perspectiva otimista de 'demanda real' com queda nas vendas de PCs e smartphones

O presidente-executivo da Broadcom Inc. defendeu nesta quinta-feira sua perspectiva positiva de que a demanda do mercado final é "sólida" para o resto do ano, enquanto analistas de Wall Street questionam esse otimismo em meio a um arrefecimento do crescimento na indústria de chips.

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O CEO Hock Tan disse a analistas em uma teleconferência pós-ganhos que ele vê “verdadeira demanda” nos mercados finais da empresa, e isso leva em conta a fraqueza nos mercados de consumo. A empresa com sede em San Jose, na Califórnia, previa receita de cerca de US$ 8.9 bilhões para o quarto trimestre fiscal, enquanto analistas estimavam receita de US$ 8.77 bilhões. Essa previsão recebeu um pequeno recuo de analistas que viram uma temporada de lucros difícil para os fabricantes de chips, onde o otimismo é escasso.

“Deixe-me começar dizendo que, embora os gastos com hardware de TI do consumidor tenham sido relatados como fracos, muito fracos do nosso ponto de vista, os gastos com infraestrutura ainda estão muito estáveis”, disse Tan. Ele também abordou a especulação de que a aparência de uma forte demanda pode ser “falsa”, já que muitos clientes em tempos de escassez acumularão fichas comprando duas ou três vezes, criando uma bolha de demanda que eventualmente entra em colapso.

“Nós colocamos muitas verificações e contrapesos, enormemente, antes de lançar produtos em aeronaves ou caminhões para nossos clientes, e estamos fazendo isso há dois anos, então somos muito bons nisso”, disse Tan analistas.

As ações subiram 2% após o expediente, após uma queda de 1.4% na sessão regular, fechando em US$ 492.01.

A Broadcom divulgou lucro líquido no terceiro trimestre fiscal de US$ 3 bilhões, ou US$ 7.15 por ação, comparado com US$ 1.8 bilhão, ou US$ 4.20 por ação, no mesmo período do ano passado. O lucro ajustado, que exclui remuneração baseada em ações e outros itens, foi de US$ 9.73 por ação, comparado a US$ 6.96 por ação no mesmo trimestre do ano passado.

A receita subiu para US$ 8.46 bilhões, de US$ 6.78 bilhões no mesmo trimestre do ano passado, com as vendas de chips subindo 32%, para US$ 6.62 bilhões, em relação ao mesmo período do ano anterior, e as vendas de software de infraestrutura subindo 5%, para US$ 1.84 bilhão.

Analistas consultados pela FactSet esperavam lucro de US$ 9.56 por ação e receita de US$ 8.41 bilhões, com base na receita prevista da Broadcom de cerca de US$ 8.4 bilhões no final de maio. The Street também previu vendas de chips, em média, de US$ 6.57 bilhões e vendas de software de infraestrutura de US$ 1.83 bilhão.

Em julho, a empresa disse que seu chefe de software, Tom Krause, está deixando a empresa no meio dos US$ 61 bilhões da VMware Inc.
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aquisição que ajudou a realizar, para dirigir a empresa privada formada a partir de uma Citrix Systems Inc.
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e Tibco Software. da Broadcom os ganhos foram ofuscados último trimestre por o anúncio da oferta da VMware. Tan também estava otimista sobre o andamento desse processo.

“Estamos fazendo um bom progresso com nossos vários registros regulatórios em todo o mundo”, disse Tan a analistas. “Temos um excelente foco de equipe nesses esforços e estamos avançando muito conforme o esperado nesse sentido. Continuamos esperando que a transação seja concluída no ano fiscal de 2023 da Broadcom.”

No acumulado do ano, as ações da Broadcom caíram 26%. Em comparação, o índice S&P 500 
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caiu 17%, o índice Nasdaq Composite, pesado em tecnologia, 
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caiu 25%, e o PHLX Semiconductor Index 
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caiu mais de 33%.

Fonte: https://www.marketwatch.com/story/broadcom-results-outlook-breeze-past-wall-street-expectations-stock-ticks-higher-11662064541?siteid=yhoof2&yptr=yahoo