Teste da companhia aérea Emirates voa Boeing 777 com combustível sustentável

DUBAI, Emirados Árabes Unidos (AP) – A companhia aérea de longo curso Emirates voou com sucesso um Boeing 777 em um voo de teste na segunda-feira com um motor inteiramente alimentado pelo chamado combustível de aviação sustentável. Isso ocorre quando as transportadoras em todo o mundo tentam diminuir sua pegada de carbono.

O voo nº EK2646 voou por pouco menos de uma hora sobre a costa dos Emirados Árabes Unidos, depois de decolar do Aeroporto Internacional de Dubai, o mais movimentado do mundo para viagens internacionais, e seguir para o Golfo Pérsico antes de retornar à terra. O combustível alimentou um dos dois motores da General Electric Co. da Boeing, com o outro funcionando com combustível de jato convencional por segurança.

“Este voo é um momento marcante para a Emirates e um passo positivo para nossa indústria, pois trabalhamos coletivamente para enfrentar um de nossos maiores desafios – reduzir nossa pegada de carbono”, disse Adel al-Redha, diretor de operações da Emirates, em comunicado.

A Emirates, uma companhia aérea estatal sob o comando do governante de Dubai, Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, descreveu o combustível sustentável como uma mistura “que espelhava as qualidades do combustível de aviação”. Incluía combustível da Neste, uma empresa finlandesa, e da Virent, uma empresa sediada em Madison, Wisconsin.

A Virent se descreve como usando açúcares de origem vegetal para produzir os compostos necessários para o combustível de aviação sustentável, enquanto o combustível da Neste vem de óleos vegetais e gorduras animais. Esses combustíveis reduzem a liberação de dióxido de carbono que retém o calor, normalmente queimado pelos motores durante o vôo.

A aviação libera apenas um sexto da quantidade de dióxido de carbono produzida por carros e caminhões, de acordo com o World Resources Institute, um grupo de pesquisa sem fins lucrativos com sede em Washington. No entanto, os aviões são usados ​​por muito menos pessoas por dia – o que significa que a aviação é uma fonte per capita mais alta de emissões de gases de efeito estufa.

Os fabricantes de aviões e motores vêm projetando modelos mais eficientes, em parte para ajudar a reduzir os custos do combustível de aviação – uma das maiores despesas que as companhias aéreas enfrentam. A Emirates, por exemplo, usou mais de 5.7 toneladas de combustível de aviação somente no ano passado, custando US$ 3.7 bilhões de seus US$ 17 bilhões em despesas anuais.

Mas os analistas sugerem que os combustíveis sustentáveis ​​podem custar três vezes ou mais o custo do combustível de aviação, provavelmente elevando ainda mais os preços das passagens à medida que a aviação recomeça após os bloqueios durante a pandemia de coronavírus.

Não ficou imediatamente claro quanto o combustível usado no teste da Emirates na segunda-feira custou por barril. O combustível de aviação custava em média US$ 146 o barril no final da semana passada, de acordo com a S&P Global Platts.

Os Emirados Árabes Unidos, um grande produtor de petróleo e membro da OPEP, devem sediar as próximas negociações climáticas das Nações Unidas, ou COP28, a partir de novembro. Já, a federação dos sete xeques foi criticado por ativistas por nomear o CEO da estatal de petróleo de Abu Dhabi para liderar as negociações da ONU conhecida como Conferência das Partes — de onde COP recebe seu nome.

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Fonte: https://finance.yahoo.com/news/carrier-emirates-test-flies-boeing-085858672.html