CFPB pode limitar taxas atrasadas de cartão de crédito, pois a inflação ameaça aumentá-las

Rohit Chopra, diretor do Consumer Financial Protection Bureau, testemunha durante uma audiência do Comitê de Bancos, Habitação e Assuntos Urbanos do Senado em 26 de abril de 2022.

Tom Williams | Cq-roll Call, Inc. | Imagens Getty

O Departamento de Proteção Financeira do Consumidor sinalizou uma repressão às taxas atrasadas cobradas pelas empresas de cartão de crédito na quarta-feira, já que a inflação ameaça aumentar as chamadas taxas "lixo" cobradas dos consumidores.

O watchdog, uma agência federal criada na esteira da crise financeira de 2008, emitiu um aviso prévio da regulamentação proposta buscando informações de emissores de cartões, grupos de consumidores e o público sobre taxas atrasadas.

Os dados ajudarão o regulador a redigir novas regras destinadas a reforçar “pontos fracos” nas leis existentes que regem “penalidades de back-end” impostas pelas empresas de cartão, disse o diretor do CFPB, Rohit Chopra, em uma teleconferência na quarta-feira.

Mais de Finanças Pessoais:
100 milhões de adultos têm dívidas com saúde
Milhões de declarações fiscais permanecem não processadas
Perdão de empréstimos estudantis é um problema da classe trabalhadora, diz Schumer

Os comentários públicos devem ocorrer até 22 de julho. O prazo para uma proposta formal de regra (e, em última análise, uma regra final) não é claro, mas funcionários da agência disseram que não esperam que o processo seja concluído antes do final do ano.

As autoridades esperam que as mudanças reduzam o total de multas por atraso em bilhões de dólares a cada ano, disseram na quarta-feira. Eles também sinalizaram futuras regulamentações sobre outros tipos de tarifas, sem oferecer detalhes.

Taxas de atraso no cartão de crédito

Os custos impactam desproporcionalmente os usuários em bairros de baixa renda e maioria negra, de acordo com o regulador.

O watchdog caracteriza as taxas atrasadas como um tipo de taxa “lixo” cobrada pelos emissores de cartões de crédito. A agência tinha emitiu um pedido separado em janeiro pedindo aos consumidores informações sobre taxas ocultas e excessivas de uma série de credores.

“Este é apenas um projeto relacionado a um tipo de taxa de lixo”, de acordo com um funcionário do CFPB, que falou em segundo plano. “Acho justo dizer que haverá outros projetos relacionados a outras taxas em um futuro próximo.”

O que falta neste anúncio é o fato de que os bancos – mais do que qualquer outro setor – tomaram medidas concretas para tornar seus produtos mais acessíveis e acessíveis para milhões de americanos.

Richard Hunt

presidente e CEO da Consumer Bankers Association

Richard Hunt, presidente e CEO da Consumer Bankers Association, disse que restrições adicionais prejudicariam os clientes e poderiam levá-los a tipos de crédito mais arriscados.

“O anúncio de hoje é outro lembrete de que o Bureau parece mais interessado em avançar uma agenda específica do que desenvolver políticas baseadas em fatos que melhorem a vida das famílias trabalhadoras”, disse Hunt em comunicado. “O que falta neste anúncio é o fato de que os bancos – mais do que qualquer outro setor – tomaram medidas concretas para tornar seus produtos mais acessíveis e acessíveis para milhões de americanos.”

O que o CFPB faria?

Essas taxas máximas de “porto seguro” são ajustadas pela inflação a cada ano – dando urgência à regulamentação do CFPB em um momento em que os preços ao consumidor são crescendo no ritmo mais rápido em cerca de 40 anos.

“Esse esforço é particularmente oportuno, pois a regra permite que os bancos aumentem suas taxas com base na inflação”, segundo um funcionário do CFPB. “Muitas [pessoas] estão lutando para sobreviver no momento e lutando com custos mais altos.”

A maioria dos bancos e cooperativas de crédito menores cobram uma taxa máxima de atraso de US$ 25 ou menos, mas quase todos os maiores emissores têm taxas próximas ou próximas do máximo permitido, de acordo com dados do CFPB.

Chopra questionou se o custo para processar pagamentos atrasados ​​aumenta com a inflação ou se é mais razoável esperar que esses custos diminuam devido a melhorias na tecnologia.

No entanto, Hunt, da Consumer Bankers Association, enquadrou a inflação como uma grande razão pela qual o CFPB não deveria impor regras adicionais ao setor.

“Impor mais restrições aos produtos de crédito oferecidos pelos bancos prejudicará mais as famílias trabalhadoras, forçando-as a atender às suas necessidades fora do sistema bancário bem supervisionado”, disse Hunt. “Esse risco é ainda maior agora que as famílias enfrentam os efeitos da inflação.” 

A CFPB disse que está buscando informações sobre os seguintes pontos, entre outros: fatores utilizados pelos emissores de cartões para definir valores de multas por atraso; custos e perdas das empresas associados a pagamentos em atraso; os efeitos dissuasores das taxas atrasadas; comportamento de atraso de pagamento dos titulares de cartão; métodos que as empresas usam para facilitar ou incentivar pagamentos pontuais (como pagamento automático e notificações); e seu uso de disposições de “porto seguro”.

Fonte: https://www.cnbc.com/2022/06/22/cfpb-may-limit-credit-card-late-fees-as-inflation-threatens-to-raise-them.html