Aumento da Petrobras evapora com pesquisas mostrando Bolsonaro parado

(Bloomberg) -- O rali que levou as ações da Petrobras ao maior nível em mais de uma década corre o risco de fracassar, já que o apoio ao presidente Jair Bolsonaro parece estar estagnado nas pesquisas eleitorais poucos dias antes do segundo turno.

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As ações que podem ganhar com um novo mandato de Bolsonaro lideram o avanço mensal do índice Ibovespa desde a exibição melhor do que o esperado do presidente em uma votação de primeiro turno em 2 de outubro. produtor de petróleo é formalmente conhecido, subiu mais de 26% este mês a partir de sexta-feira.

Desde então, a Petrobras caiu 11% nos últimos dois dias, anulando quase todos os ganhos da semana passada. A ação fechou na maior alta desde 2009 na última sexta-feira, um aumento que elevou seu valor de mercado para mais de US$ 100 bilhões. Mas isso chegou a um impasse depois que um aliado de Bolsonaro resistiu à prisão e lançou granadas contra a polícia no domingo. O confronto assustou os investidores, que temem que isso prejudique as chances do titular de ganhar mais um mandato.

O candidato esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva teria 54% dos votos válidos, que excluem os votos nulos e em branco, em comparação com 46% para o titular, de acordo com uma pesquisa do Ipec publicada na segunda-feira. Ambos estão exatamente onde estavam há uma semana, mostra a pesquisa.

As ações vistas como potenciais vencedoras da presidência de Lula estão em alta em São Paulo na terça-feira. As ações de educação, incluindo Cogna Educação e Yduqs Participações SA, subiram pelo menos 5% às 2h43, horário local, enquanto a varejista Magazine Luiza SA foi a empresa com melhor desempenho no Ibovespa, com alta de 7.6%.

Prossiga com cuidado

“Acreditamos que a volatilidade persistirá e vemos poucas razões para aumentar a exposição” à Petrobras, escreveram os analistas do Banco BTG Pactual SA Pedro Soares e Thiago Duarte em nota datada de 24 de outubro. “Recomendamos, portanto, maior cautela”.

Bolsonaro e Lula têm visões opostas sobre o papel do Estado na economia. Embora o titular tenha encomendado estudos para vender a gigante do petróleo, seu adversário se opõe a tal movimento, planejando, em vez disso, aumentar os gastos da empresa em divisões menos lucrativas, como refino.

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Embora Bolsonaro tenha enervado os investidores da Petrobras ao pressioná-la a conter os preços dos combustíveis – e demitindo três de seus diretores-executivos por não fazê-lo – a empresa desfrutou de uma produção crescente, lucros recordes e dividendos maciços sob seu comando.

Apesar da incerteza eleitoral, alguns catadores de ações se acumularam na Petrobras com apostas de que os múltiplos deprimidos das ações estavam precificando um cenário negativo demais. A Petrobras atualmente é negociada a 2.2 vezes o valor da empresa para o Ebitda futuro, bem abaixo do múltiplo de 5.5 da Chevron Corp. e do múltiplo de 5.3 da Exxon Mobil Corp., mostram dados da Bloomberg.

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A gestora de ativos Polo Capital recentemente construiu uma posição na Petrobras, apostando que os estatutos destinados a coibir a intervenção do governo fornecem proteção. Também possui ações do credor estatal Banco do Brasil SA.

Se Bolsonaro perder mais força até domingo, o gerente de portfólio da Mantaro Capital, Leonardo Rufino, diz que pode considerar cortar as apostas na Petrobras e no Banco do Brasil, sem descartá-los totalmente, pois ambos “continuam muito baratos”.

–Com assistência de Bárbara Nascimento.

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Fonte: https://finance.yahoo.com/news/petrobras-surge-evaporates-polls-showing-190127889.html