Papa denuncia 'crueldade' russa na Ucrânia, mas sugere que guerra foi 'provocada'

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Papa Francisco mais uma vez criticou a “brutalidade e ferocidade” das tropas russas em sua invasão em curso da Ucrânia em uma conversa com a mídia jesuíta europeia publicado na terça-feira, declarações que vêm depois que o líder católico indicou anteriormente sua disposição de se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir um possível fim da guerra.

principais fatos

No entrevista publicada em La Civilta Católica, o Papa criticou as ações “monstruosas” da Rússia na Ucrânia, apontando especificamente para o uso de mercenários chechenos e sírios no conflito.

O papa disse que os russos calcularam mal pensando que o conflito terminaria em uma semana e, em vez disso, encontraram corajosos ucranianos que “estão lutando para sobreviver e que têm um histórico de luta”.

Apesar de suas críticas às ações de Moscou, o líder da Igreja Católica disse que seria muito simplista ver o conflito pelas lentes de “mocinhos e bandidos”.

O Papa Francisco observou que alguns meses antes da invasão, um chefe de Estado “sábio” havia expressado preocupação com ele sobre a OTAN “latindo aos portões da Rússia” e alertou que a situação poderia levar à guerra.

O papa então ponderou se a guerra foi de alguma forma “provocada ou não evitada”.

O líder católico também descreveu uma conversa de quarenta minutos que teve com o patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa Russa, na qual recuou depois que Kirill tentou oferecer razões para justificar a guerra.

Citações cruciais

“Alguém pode me dizer neste momento: então você é pró-Putin! Não, não sou... simplesmente sou contra reduzir a complexidade à distinção entre mocinhos e bandidos sem raciocinar sobre raízes e interesses, que são muito complexos”, disse o Papa durante a entrevista.

Tangente

Apesar de sua relutância em pintar a situação como preto ou branco, o Papa elogiou a bravura do povo ucraniano. Ele observou que as mulheres ucranianas cuidavam dos soldados e mercenários russos capturados com “grande humanidade, grande ternura”. Ele acrescentou que “realmente gostaria de enfatizar… o heroísmo do povo ucraniano”.

Contexto Chave

No mês passado, o Papa Francisco dito ele estava preparado para se encontrar pessoalmente com Putin para ajudar a parar o conflito, mas observou que o líder russo não queria ter a reunião naquele momento. Nessa entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o Papa disse que a "brutalidade" das tropas invasoras da Rússia foi semelhante ao que ele testemunhou durante o genocídio de Ruanda em 1994. Embora o líder católico tenha se manifestado contra a guerra e criticado a invasão da Rússia, ele provocou alguma controvérsia em abril depois de anunciar planeja incluir uma oração escrito em conjunto por russos e ucranianos durante as celebrações da Sexta-feira Santa em Roma. O plano foi posteriormente abandonado após protestos de padres ucranianos que argumentaram que ele subestimava o papel da Rússia como agressora no conflito.

Leitura

Papa critica 'crueldade' russa na Ucrânia e diz que invasão viola direitos da nação (Reuters)

Papa Francisco em conversa com os editores de revistas jesuítas europeias (La Civilta Católica)

Papa busca encontro com Putin e compara 'brutalidade' russa ao genocídio de Ruanda (Forbes)

Fonte: https://www.forbes.com/sites/siladityaray/2022/06/14/pope-decries-russian-cruelty-in-ukraine-but-suggests-war-was-provoked/