(Bloomberg) -- O banco central da Rússia admitiu que não encontrou alternativas claras para as principais moedas de reserva do mundo depois que as sanções sobre a guerra com a Ucrânia o deixaram na posse apenas de yuan e ouro.
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Antes da invasão, o Banco da Rússia passou anos reduzindo a exposição ao dólar, trazendo sua participação para pouco menos de 11% no final do ano passado. Mas mais de um terço do total foi em euros – além de investimentos adicionais em moedas como a libra esterlina e o iene – possibilitando aos governos internacionais apreender cerca de metade do estoque em retaliação ao ataque do presidente Vladimir Putin.
Com mais de um mês de guerra, o banco central ainda não identificou outras opções, segundo a governadora Elvira Nabiullina. Falando na segunda-feira em frente a um comitê parlamentar em Moscou, ela disse que era muito cedo para tirar lições sobre o que a Rússia deveria fazer de forma diferente.
“Precisamos olhar para o futuro, mas no momento estou lutando para dar sugestões específicas”, disse ela. “A lista dos países que emitem moedas de reserva líquida é limitada e são eles que tomaram medidas hostis e limitaram nosso acesso.”
As restrições impostas ao Banco da Rússia significavam que ele não poderia intervir no mercado para defender o rublo, forçando-o a impor controles de capital e entregar um aumento emergencial das taxas de juros para acalmar os mercados. Suas reservas atingiram o recorde de US$ 643.2 bilhões em 18 de fevereiro e depois caíram acentuadamente, antes de se estabilizarem nas últimas semanas.
O yuan representou 17.1% do total no final de 2021, acima dos 12.8% do ano anterior, enquanto a participação do ouro caiu ligeiramente em 21.5%.
Questionado se o banco central planejava retaliar os países que bloquearam ativos russos, Nabiullina disse que “certamente está planejando tais ações legais”.
Mas “eles devem ser pensados com muito cuidado, justificados, para que tenhamos o resultado desejado”, disse ela. “E estamos nos preparando para isso.”
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Fonte: https://finance.yahoo.com/news/russia-found-no-place-yet-111053387.html