Acelerar o investimento em energias renováveis ​​para garantir a independência energética: CEO

O CEO da concessionária portuguesa EDP associou a rápida adoção de energias renováveis ​​à independência energética da Europa, dizendo à CNBC que o investimento no setor precisava ser “muito mais rápido”.

“Estes são [indígenas] … recursos – eólicos, solares – que temos na Europa”, disse Miguel Stilwell de Andrade, que falava ao “Squawk Box Europe” na manhã de sexta-feira. “Assim, nos tornaríamos menos dependentes de fontes externas de energia, seja gás ou carvão.”

“Acho que a resposta é, na verdade, precisamos acelerar e fazer isso muito mais rápido, principalmente no lado das energias renováveis”, acrescentou.  

Os comentários do executivo chegam em um momento em que as tensões entre a Rússia e a Ucrânia levaram as discussões sobre a independência energética à tona na mente de muitas pessoas.

A Rússia foi o maior fornecedor de óleos de petróleo e gás natural para a União Europeia no ano passado, segundo o Eurostat.

Leia mais sobre energia limpa no CNBC Pro

Até 2030, a UE, da qual Portugal é membro, pretende reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em pelo menos 55%. Em termos de fontes renováveis ​​em seu mix de energia, foi feita uma proposta para aumentar a meta atual de pelo menos 32% até 2030 para pelo menos 40%.

“Para aumentar a independência energética da UE, precisamos continuar investindo em fontes de energia renováveis, mas também precisamos fazer mais para diminuir nossa dependência de combustíveis fósseis”, disse a Comissão Europeia, o braço executivo da UE.

“Temos metas ambiciosas na Europa em geral, em termos do que queremos fazer”, disse de Andrade, referindo-se ao Acordo de Paris.

Uma turbina eólica num parque energético operado pela unidade de energias renováveis ​​da EDP, EDP Renováveis, em Maunca, Portugal, a 18 de junho de 2018.

Daniel Rodrigues | Bloomberg | Imagens Getty

Adotado em 2015, o acordo visa “limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2, de preferência a 1.5 graus Celsius, em comparação com os níveis pré-industriais”.

Por sua parte, de Andrade disse que o truque era “acelerar isso no terreno, traduzir isso em planos nacionais, traduzir isso em projetos concretos no terreno”.

“E para isso precisamos, também, de licenciamento e licenciamento muito mais ágil, muito mais rápido para projetos renováveis”, disse ele. “Precisamos ter certeza de que as redes estão investindo para fazer essas interconexões.”  

“E se pudermos fazer isso, se pudermos realmente acelerar esse ritmo, obteremos energia mais barata [que é] confiável e também seremos mais independentes de energia.”

Como empresa, a EDP quer ser livre de carvão até 2025 e pretende que 100% da sua produção de eletricidade seja baseada em energias renováveis ​​até 2030.

Na sexta-feira, a empresa divulgou um lucro líquido de 657 milhões de euros (US$ 746.1 milhões) em 2021, uma queda anual de 18%. A EDP disse ter sido “penalizada por efeitos não recorrentes de 169 milhões [euros], incluindo imparidades de ativos térmicos na Península Ibérica”.

“Excluindo estes impactos, o lucro líquido recorrente aumentou 6% [ano-a-ano] para 826 milhões [euros], suportado pelo forte desempenho global das energias renováveis, a integração da Viesgo em Espanha e o crescimento da atividade das redes no Brasil,” disse. A Viesgo é uma empresa especializada em distribuição de energia elétrica.

A EDP disse que o seu desempenho em 2021 foi também afetado pelo aumento dos preços da energia no mercado grossista e pelos recursos hídricos inferiores à média na Península Ibérica.

Fonte: https://www.cnbc.com/2022/02/21/speed-up-renewables-investment-to-guarantee-energy-independence-ceo.html