Departamento de Defesa do Consumidor emite alerta, mas é tarde demais?

Após alguns dias, semanas e meses tumultuados para o setor de criptomoedas, o Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) lançou um boletim de 45 páginas detalhando relatórios de fraudes, golpes e outros atos ilícitos relacionados a criptomoedas – mas é é um dia de atraso e um dólar a menos?

O boletim detalha os diferentes tipos de problemas que os consumidores têm enfrentado e quais grupos foram mais afetados do que outros. Sem surpresa, o prêmio para o problema mais relatado para os consumidores envolvidos em criptomoedas é a fraude, com relatos de roubo, hacks e golpes superando todas as outras categorias de alguma forma.

No que pode ser a única boa notícia no boletim, relatos de consumidores sobre problemas com empresas de criptomoedas parecem diminuir e fluir com o preço do bitcoin, atingindo o pico no final de 2021 e início de 2022. Com os preços da maioria dos ativos de criptomoeda agora atingindo dois ano, talvez tenhamos visto o pior das fraudes relatadas por enquanto.

Enquanto o CFPB só é capaz de reagir aos clientes, não estabelece regras e regulamentos proativamente, isso deixa muitos na indústria se perguntando se o boletim será realmente capaz de ajudar os consumidores de criptomoedas.

Afinal, o aviso do CFPB chega logo após a maior queima de criptomoedas da história já ter ocorrido. O fracasso surpreendente de uma das bolsas mais confiáveis ​​e o pedido de falência de seu fundador e doador número dois de Biden, Sam Bankman-Fried, deixou inúmeros investidores de varejo em apuros. Para muitos consumidores de criptomoedas, é difícil imaginar a utilidade do boletim do CFPB quando chega após o fato.

Para ser justo com o CFPB, emitiu alertas e orientações de proteção ao consumidor sobre ativos digitais já em 2014.

Cidadãos mais velhos, membros do serviço visados

Mais preocupante do que algumas das conclusões óbvias foi que os indivíduos mais velhos e os membros do serviço pareciam ser especificamente visados ​​mais do que outros.

Na verdade, as pessoas com mais de 60 anos coletivamente perdeu mais de US $ 1.5 bilhão para problemas relacionados a criptomoedas em 2021 sozinho.

Os problemas mais citados vistos por ambos os grupos parecem ser uma mistura de golpes de phishing e troca de SIM. E há alguns exemplos muito infelizes:

“Em um caso”, dizia o relatório, “um consumidor perdeu suas economias de vida depois de dois golpes falsos de suporte ao cliente… Em resposta, a empresa afirmou que o consumidor foi vítima de um golpe e que os fundos não eram recuperáveis” (grifos nossos).

Em outra reclamação, um membro do serviço afirmou que havia “perdido criptoativos como resultado de roubo de identidade, apesar de tomar medidas extensas para impedir que as transações fraudulentas ocorressem… Em resposta, a empresa afirmou que o consumidor foi vítima de um SIM troca de hack. A empresa também afirmou que não poderia reembolsar o consumidor e que o consumidor também precisaria reembolsar a empresa mais de US$ 3,500 como resultado da transação revertida”.

Leia mais: Milhares escravizados no Camboja para executar ICOs e golpes falsos

Desde 2018, o CFPB recebeu milhares de reclamações de consumidores sobre empresas de criptomoedas. Enquanto a agência não pode impor nenhuma ação, ele pode fazer sugestões e parece errar do lado dos clientes de varejo. Eles argumentam que as estatísticas levantam “a questão de saber se as plataformas de criptoativos estão efetivamente identificando e interrompendo transações fraudulentas”. 

O boletim também observa que “as plataformas de ativos criptográficos às vezes se escondem atrás de termos e condições”.

Conselhos para os consumidores

Os consumidores são solicitados a observar sinais de fraudes, ler atentamente os termos de serviço, verificar cláusulas de arbitragem, acessar recursos fornecidos pelo governo, e denuncie reclamações suspeitas ao FDIC. E também oferece um pequeno conselho que todos nós poderíamos lembrar de vez em quando:

Não misture criptoativos e romance.

Para notícias mais informadas, siga-nos em Twitter e Google News ou ouça nosso podcast investigativo Inovado: Blockchain City.

Fonte: https://protos.com/consumer-protection-bureau-issues-warning-but-is-it-too-late/