Este ano foi um dos mais difíceis para o mercado de criptomoedas. Os ursos conseguiram atingir até mesmo as stablecoins que não conseguiram manter sua paridade com o dólar americano.
A USTC, antiga stablecoin da Terraform Labs, por exemplo, perdeu sua paridade com a moeda dos EUA em maio, colocando forte pressão para baixo em outros ativos de blockchain.
Outra stablecoin algorítmica que tem lutado para se manter emparelhada com o dólar é o USDD, a stablecoin da Tron. Em 19 de junho de 2022, a altcoin caiu para US$ 0.93 e, desde 27 de novembro, não voltou a ser negociada a US$ 1.
Além disso, não são apenas as stablecoins algorítmicas que estão sendo impactadas negativamente este ano. O USDT, citando um caso análogo, apesar de ser o principal ativo de stablecoin no mercado cripto, também teve seus dias de baixa em 2022, afastando-se da marca de US$ 1 em alguns momentos.
A trajetória dos gigantes USDC e BUSD não tem sido diferente. Mesmo no momento em que escrevo, a stablecoin da Circle está sendo negociada a US$ 0.99.
Por que isso acontece?
Primeiro, é necessário analisar o declínio das stablecoins algorítmicas. Eles são os mais encrenqueiros do mercado de criptomoedas. Essas stablecoins não usam um ativo como garantia para manter sua paridade com o dólar.
Nesse sentido, eles são controlados por algoritmos. Eles são projetados para expandir ou contrair sua oferta total circulante, mantendo sua estabilidade, de acordo com as condições de mercado.
O grande problema é que às vezes o algoritmo é falho ou mal configurado. Isso causa condições diferentes das planejadas para tirar a paridade de uma stablecoin com o dólar.
No caso do USTC, por exemplo, o Laboratórios Terraform ecossistema tinha falhas que permitiam a exploração de oportunidades de arbitragem devido à baixa liquidez da Curva (CRV) que sustentava a paridade da stablecoin.
Além disso, em maio, o projeto DeFi Anchor, um protocolo que permitia aos usuários depositar USTC para ganhar recompensas, reduziu seu rendimento de 20% para apenas 4%. Isso pegou muitos investidores de surpresa, e eles decidiram tirar a UST da Anchor e vendê-la no mercado.
Como resultado, em um curto espaço de tempo, o USTC perdeu sua paridade, caiu para centavos de dólar e levou a economia de muitas pessoas que acreditam no stablecoin a zero.
A má gestão também contribui para a queda da stablecoin
Você leu certo. Stablecoins como Dai, USDT, USDC e BUSD precisam ser gerenciados profissionalmente para que não percam sua paridade com o dólar.
A Dai, stablecoin da MakerDAO, por exemplo, tem uma proposta particularmente boa por ser descentralizada e ter sua paridade garantida com as criptomoedas.
Porém, em momentos de crise de mercado, com a cotação das criptos em queda, se o Dai não tiver uma boa reserva, pode perder a paridade com o dólar. Isso está acontecendo no momento em que escrevo.
Já as stablecoins centralizadas, como USDC e USDT, devem ter uma reserva calculada, para momentos em que o mercado criptográfico possa passar por desconfiança e incluir stablecoins em momentos incertos do mercado.
Durante o colapso do ecossistema Terra e FTX, dois grandes escândalos cripto de 2022, o USDT não conseguiu se manter estável e a venda da stablecoin no mercado fez com que ela perdesse sua paridade com o dólar.
Em tese, isso não deveria acontecer de jeito nenhum, pois as stablecoins surgiram justamente para trazer segurança em momentos de pânico e não mais medo aos investidores.
Porém, na prática, é possível observar que tudo é completamente diferente, e os ativos estáveis são apenas menos voláteis que o Bitcoin (BTC) e não cumprem sua proposta de valor.
Fonte: https://u.today/reasons-behind-stablecoins-losing-their-peg