Prêmios de stablecoins em dólares disparam na Argentina após renúncia do ministro da Economia

A Argentina, um país com uma das maiores taxas de adoção de criptomoedas do mundo, viu o preço das stablecoins atreladas ao dólar subir nas exchanges no sábado após a renúncia abrupta de seu ministro da Economia, Martin Guzman. 

A saída chocante do ministro, confirmada em seu Twitter conta em 3 de julho por meio de uma carta de sete páginas, ameaça desestabilizar ainda mais uma economia em dificuldades que luta contra a alta inflação e uma moeda nacional em depreciação.

De acordo com dados da Criptoya, o custo de compra do Tether (USDT) usando pesos argentinos (ARS) é atualmente de 271.4 ARS através da bolsa Binance, o que representa um prêmio de cerca de 12% antes do anúncio de renúncia e um prêmio de 116.25% em comparação com a taxa de câmbio fiduciária atual de USD/ARS.

O site local de rastreamento de preços de criptomoedas também revelou um salto semelhante em outras stablecoins atreladas ao dólar, incluindo Dai (DAI), Binance USD (BUSD), Pax Dollar (USDP) e Dollar on Chain (DOC).

Os argentinos estão investindo em criptomoedas como um meio de se proteger contra a inflação crescente do país e uma queda contínua do peso argentino em relação ao dólar.

Em 2016, antes que a inflação realmente cobrasse seu preço, um dólar só conseguia comprar cerca de 14.72 pesos argentinos. No entanto, seis anos depois, um dólar pode comprar até 125.5 ARS.

O prêmio extra das stablecoins atreladas ao dólar é resultado de uma lei aprovada em 1º de setembro de 2019, chamada Decreto nº 609/2019, que tornou praticamente impossível para os argentinos trocarem mais de US$ 200 em dólares por mês na bolsa oficial. taxa de câmbio.

Foi imposto como um meio de impedir que o peso argentino caísse em queda livre em meio a uma economia em dificuldades. Em maio, a taxa de inflação anual argentina acelerou pelo quarto mês consecutivo, atingindo 60.7%, segundo a Trading Economics.

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A nação sul-americana tem a sexta maior taxa de adoção globalmente, com cerca de 21% dos argentinos estimados a usar ou possuir criptomoedas até 2021, de acordo com Statista.

Em maio, o Cointelegraph informou que “penetração de criptografia” na Argentina atingiu 12%, o dobro do Peru, México e outros países da região, impulsionado principalmente por cidadãos que buscam refúgio contra a inflação crescente.

Além do Bitcoin, os argentinos têm se voltado cada vez mais para as stablecoins como meio de armazenar valor em dólar dos Estados Unidos.