Usuários de serviços de pagamento como Zelle precisam de melhor proteção contra fraudes, dizem Dems ao CFPB

Deveria ser mais fácil para os consumidores fraudados por meio de serviços populares de pagamento instantâneo, como o Zelle, buscar reparação, já que os golpes de transferência de dinheiro estão se tornando mais comuns, diz um grupo de legisladores democratas.

Seis democratas do Senado – Bob Menendez de Nova Jersey, Elizabeth Warren de Massachusetts, Sherrod Brown de Ohio, Jack Reed de Rhode Island, Raphael Warnock da Geórgia e Catherine Cortez Masto de Nevada – escreveu para o Consumer Financial Protection Bureau nesta semana para instar a agência a fazer mais para proteger os usuários das mesmas redes de pagamento digital frequentemente elogiadas por sua conveniência e velocidade. 

“Dado o grande número de consumidores que usam serviços de pagamento instantâneo como o Zelle e as centenas de bilhões transferidas por essas plataformas a cada ano, a inadequação das atuais proteções ao consumidor é inaceitável”, escreveram na carta de 20 de julho ao diretor do CFPB, Rohit Chopra.

Do jeito que está agora, escreveram os senadores, a lei federal sobre transferências eletrônicas só protege as vítimas de golpes se o cliente for induzido a fornecer suas informações a alguém que iniciou uma transferência de dinheiro. Isso significa que as pessoas defraudadas por alguém que as enganam para enviar dinheiro diretamente ao criminoso online não são cobertas.

Como resultado, bancos e sistemas de pagamento “procuraram evitar o reembolso quando seus clientes” são enganados, disseram os senadores.

"“Para serem curados, os consumidores agora devem implorar ao golpista para devolver seu dinheiro, ou devem buscar o reembolso voluntário do banco. Nenhuma das alternativas tem muita certeza."


— seis senadores democratas em carta ao CFPB

Para remediar o problema, o CFPB poderia esclarecer em determinadas circunstâncias que os pagamentos decorrentes dessas transações fraudulentas são um “erro” que as instituições financeiras, e não o consumidor enganado, são responsáveis ​​por corrigir, disseram os senadores. Além disso, o CFPB poderia dizer que os pagamentos fraudulentos são classificados como uma “transferência eletrônica de fundos não autorizada” sob a Lei de Transferência Eletrônica de Fundos.

Ambas as opções estão dentro da autoridade existente da agência, disseram os senadores.

“Esse tipo de abordagem forneceria resultados mais consistentes e justos do que as regras atuais, que não oferecem proteção contra os golpes e fraudes comuns que proliferaram em serviços de pagamento instantâneo como o Zelle”, escreveram os senadores. “Para serem curados, os consumidores agora devem implorar ao golpista para devolver seu dinheiro, ou devem buscar reembolso voluntário do banco. Nenhuma das alternativas tem muita certeza.”

Mas o Consumer Financial Protection Bureau já pode estar a caminho de uma reforma. O Wall Street Journal relatou esta semana que a agência planeja emitir novas orientações em breve, potencialmente afirmando que transações fraudulentas - mesmo se aprovadas pelo consumidor - não são autorizadas, uma medida que pode levar a mais reembolsos de clientes no futuro.  

Um porta-voz do CFPB disse ao MarketWatch que a agência recebeu a carta dos senadores e apreciou seu “engajamento nesta questão”. 

Enquanto isso, a operadora de rede da Zelle, Early Warning Services LLC – uma fintech de propriedade de sete dos maiores bancos do país – disse ao MarketWatch que a plataforma “ajudou milhões de consumidores em suas vidas cotidianas” e que “proteger os consumidores é um dos nossos prioridades máximas.”

“Como uma rede, adaptamos constantemente as medidas de proteção ao consumidor para lidar com a natureza dinâmica e evolutiva das atividades enganosas que os fraudadores empregam”, disse a empresa.

Fonte: https://www.marketwatch.com/story/consumers-using-instant-payment-services-like-zelle-need-stronger-scam-protections-democrats-tell-cfpb-11658512890?siteid=yhoof2&yptr=yahoo